terça-feira, 11 de setembro de 2012

Na foto maior, onde morei um tempo com ela em Jacarepagué. A outra na rua Teixeira de Mello, Ipanema, quase similar, onde habitei aos três anos de idade.Lucia C. : uma relação de 2.100 dias e noites. Ela carrega no colo Baruc (abençoado em alemão)
Lucia Jardim Freire: mãe de meu filho mais velho.
Retalhos em preto e branco das memórias do tempo guardados num baú forrado de veludo azul.


Ninguém é culpado, a não ser os desocupados. Nesta balbúrdia urbana, só restaram os rinocerontes mal educados em tropel pelas calçadas. Só me resta voando na imaginação, mergulhar rios gelados de Visconde de mauá, onde pássaros, plantas e lagartixas foram companhias da minha paz e os amores, eram simples e delicados quanto as nuvens ao redor da montanha.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Lampião

Lampião (foto por Elizabete Albernaz)

1968. Primeira exposição de talha pintura realizada no Brasil. Local: Meia-Pataca, praça General Osório, Ipanema. Sergio Rodrigues era o arquiteto e diretor. Criei vinte e três peças, das quais destaco: "Mulher de Pedro Pedreiro." Tema de uma música de um estrante chamado Chico Buarque, que havia me sensibilizado muito na ocasião. Quem pintou o anúncio da mostra na porta principal, de vidro, foi o Juarez Machado. Que na época era do departamento de desenho da empresa Meia-Pataca. A vernissage foi muito concorrida, inclusive com a presença do meu amigo, cronista, Sergio Porto. Neste final de ano, o Jornal do Brasil, através de 12 críticos de arte, escolheu as melhores exposições realizadas no Brasil. Dentre as quais a minha foi selecionada. A partir daquela data a técnica passou a ser considerada obra de arte, não mais artesanato.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A borboleta é uma flor que voa
Upiró/2011

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

JARDIM

ABRAÇO TROCANDO TERNURA E ENERGIA(ÁRVORE AMADA, MULHER AMADA)
ATRAVÉS DAS FOLHAS CLOROFILADAS E MINHA ALMA SAFADA
PENSANDO QUE EU SEJA UM URSO,
PENSANDO QUE EU SEJA UM ANJO
A MORACEAE SORRI
UM CASAL DE TUCANOS PAPO-AMARELO FEZ NINHO
NO ALTO DE UM TOCO DE JAMBEIRO CENTENÁRIO
QUE NÃO RESISTIU AO TEMPO


ALGUNS CRIADORES DE ORQUÍDEAS EXPÕEM SUAS
ESPÉCIES UMA VEZ POR ANO NA ALÉIA DIANTE
DA CASA PRINCIPAL NO INTERIOR DO JARDIM
É O PRESENTE MAIS EDUCADO QUE SE PODE OFERECER
A UMA MULHER CASADA OU A SUA AMANDA.


NO CAMINHO QUE LEVA A PEQUENA CASCATA, ENCONTRA-SE
A BIGNONIACEAE (TABEBUIA AUREA) PLANTADA POR
CANDIDO RONDON EM 25 DE MARÇO DE 1954.



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vida


O que é a liberdade e tudo o mais se alguém deixa-se enredar pela
teia da rotina pálida , e , segundo os antigos sábios , um eterno

rame-rame , segundo à segundo , mês à mês , ano à ano ,
transformando a vida num eterno bocejar.
Não me arrependo do meu passado , ilumino o meu presente ,
enxergando o futuro igual papel em branco , sabendo ante-mão

de que as tintas e as côres nunca serão foscas e sem-graça ,
e de que os temas terão sempre uma musa a habitar o coração.

sábado, 6 de agosto de 2011

Evana

Onde caberiam seus olhos
Se os meus não pudessem vê-los
E se meu insensato coração
por várias vezes não pedisse passagem
aos fantasmas da memória
desfilando distraídas de amores e paixões
Sem nunca precisar pedir desculpas ao silêncio
Por lambidas e afagos
Antes do tempo, ao vento, no sol, na chuva, no sol e no luar
No cheiro da maresia, na fuga dos tatuís na varredura das espumas
sob a areia do mar
Enquanto a arquitetura e a modernidade
vão modificando os espaços
menos as lembranças da minha alma
as estórias que vivi
neste imenso e encantador universo de personagens
que se foram navegando em direção as nuvens, ao céu
Onde caberiam seus olhos
se os meus não pudessem vê-los
E se meu coração não pedisse passagem
aos fantasmas da memória?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Visconde de Mauá


Igual abelha sagitariana beijando as cores das flores
bebendo as águas refrescantes dos sonhos, dos amores, da natureza

terça-feira, 8 de junho de 2010

Luíza


À Luíza

Não sei (nem desejo saber), se é primavera ou verão

Pois não sou nem cigarra nem multidão

Enfim, só compreendo os mistérios do outono e do inverno

No outono nasci, no inverno descubro os segredos da mulher amada

Apesar de nunca conseguir decifrá-los, é verdade

Certa noite, como de costume, sonhando por aí, sem eira nem beira

Observei um conglomerado de estrelas, representando a figura da sereia pisciana

flutuando no céu, desenhando, misturando cores

com seu talento e beleza

De repente ela mergulha na direção da terra

às vezes dançando igual gaivotas até alcançar as águas do oceano

onde brinca com seus cachos e as ondas, deixando-se afagar pela espuma

nos movimentos transformadores, transformado em vida

regidos pelos mares, por meu olhar de admiração

segunda-feira, 10 de maio de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Thati


Thati, libriana amiga.
Dizem, figura nativa da arte de Paul Gauguin
habitando Visconde de Mauá.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Borboleta


Foto de Pedro Rios
Inspiração para o desenho de Upiró.








terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Bate papo


Certa tarde fiquei dialogando com meu amigo e senador Arthur da Távola à respeito das realizações do ser humano, e na ocasião chegamos a um mesmo consenso, de que não existe sonho mas sim desejo. Desejo acompanhado logo após da AÇÃO, a AÇÃO de realizar. E mesmo assim quase que 50% dos projetos não chegam ao fim, por circunstâncias alheias à vontade. Portanto, a sabedoria popular não diz à toa que " isso é coisa de sonhador" para coisas não realizáveis.
O usuário quer é serviço em ações bem coordenadas.





terça-feira, 6 de outubro de 2009

Galo


Galo em guache sépia
60x30
Ano 1967
Coleção Particular

Mulher Pássaro



Mulher e Pássaro
Composição em couro sobre madeira
58x58
Ano 1962
Coleção Particular

quinta-feira, 7 de maio de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mulher


Meu amigo Zé Guilherme
Lá estava ele de terno preto, sapatos pretos, gravata preta, meia cinza , camisa branca e óculos redondos. Uma vasta cabeleira preta meio desarrumada, um monte de papeis na mão cansado, mal humorado, chateado com aquilo. Certamente não era o trabalho que imaginava fazer quando aceitou entrar para uma agencia de propaganda. Bem, naquela ocasião não precisava ser publicitário para trabalhar em publicidade. Alias, nem faculdades de comunicação existiam. Em 1967 as pessoas viravam publicitárias por que entendiam do assunto. Mas aquele auxiliar do grupo de varejo da Denison Propaganda, onde se abriaga a 4ª. maior agencia do Brasil operando numa bela mansão em Botafogo certamente tinha nascido para criar anúncios e não carregar campanhas, memorandos, conferir faturas etc. E sob sua responsabilidade estavam as contas da Ducal e da Bemoreira, os maiores faturamentos do setor no Brasil !
Mas sua eficiência era fundamental para o andamento das campanhas e os supervisores das contas não faziam nada sem que ele antes checasse conferisse e mandasse pra frente. Eram dezenas (às vezes centenas) de anúncios de jornal por semana (!), filmes de TV mudados 2 ou 3 vezes por semana (e eram filmes em película, P&B 16 mm) e mais o acompanhamento do programa de TV do Raul Longras “Casamento na TV” ao vivo aos sábados na TV Rio.
Nos raros intervalos o Zé Guilherme conversava um pouco sobre o que ele mais gostava de fazer.
Pintar.
Bem, aquilo para mim não era muita novidade, pois quase todos os diretores de arte da Denison pintavam, o próprio dono da agencia (Sepp Baendereck) se afirmava pintor . O que era diferente era aquele cara de terno preto e cara de contador dizer que pintava também.
Um dia o Zé Guilherme sumiu.
De vez.
Bem, talvez não tão de vez assim.
Naqueles poucos intervalos entre um corre corre e outro ele deixou na Denison uma quantidade de amigos tão grande que até hoje (creio) fazem parte de seu dia a dia e de sua vida.
A única diferença é que ele foi – e é – o único que continuou pintando. Ou melhor , artista plástico. E de sucesso. Dos outros, nunca mais ouvi falar.
Eu também fiquei sem ouvir falar dele uns tempos, até que alguns anos depois ele - não sei como – me descobriu e falou sobre seus trabalhos, sobre suas exposições e diante de meu ceticismo, sugeriu que eu comprasse a revista Manchete daquela semana.
E lá estava uma belíssima reportagem com o UPIRÓ (seu alter ego artístico) mostrando uma serie de trabalhos em pirogravura. Imediatamente e literalmente me apaixonei por um pintinho (pinto = filho da galinha) lindo de morrer e não fiquei quieto enquanto não pude adquiri-lo.
Foi um custo, parece que o trabalho era um dos xodós dele, mas depois de muita insistência (e alguma falta de grana do autor) consegui o quadro que por muitos anos ficou em lugar nobre junto à minha coleção.
Até que... uma dedicada faxineira resolveu limpa-lo com algum detergente da moda, o produto reagiu e o pobre pintinho assou como uma galinha de padaria. Em desespero procurei o Zé Guilherme que depois de um pequeno escândalo (mas como é que eu deixei uma faxineira passar detergente em couro ?) concordou em salvar o trabalho. Bem, salvou à maneira dele, fez uma outra pintura em cima do pinto, que alguns meses depois reagiu novamente e a misturada acabou curtindo o couro de forma irremediável . Foi o fim definitivo do pintinho e do abstrato que ele fez em cima.
Mas a amizade continuou.
Zé Guilherme é um grande e ótimo papo, pessoalmente ou por telefone. É sempre um prazer ir às suas exposições e saber noticias de sua errante e agitada vida social, emocional, profissional e sei mais o que.
Ele sempre aparece. Mais do que o Voltarie de seu amigo Jaguar. E é sempre bom.
Claro, neste meio tempo consegui um outro belíssimo trabalho dele (esqueci de dizer que eu já tinha uma aquarela com nanquim de priscas eras) que espero te-lo reproduzido no site, pois é muito bom mesmo.
E continuo admirando o Zé Guilherme e seu comparsa Upiró (nunca sei qual deles me liga).
Um lembrete a todos que por acaso lerem. Comprem os trabalhos do Zé Guilherme/Upiró. Ele é péssimo vendedor, a gente pensa que pode conseguir de graça, mas ele é um grande artista que precisa ser remunerado a altura. E os quadros dele ficam muito bem em qualquer ambiente.
Parabéns pelo blog, site ou seja lá o que for, ZÉ !
Antonio Luiz Accioly

(Accioly é publicitário desde 1967. Foi diretor de mídia da Denison, Norton, SGB, diretor comercial da Revista do Domingo e do Jornal do Brasil, teve sua própria agencia a Intermoda Publicidade , foi diretor de Novos Negócios da Artplan e diretor do Jornal de Turismo e depois da Folha do Turismo e Mercado & Eventos (Grupo Folha Dirigida) atualmente é publicher (diretor) da Brasil Travel News e presidente da CAERJ –Câmara de Comercio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Emanuela

Emanuela tão formosa igual cacho de uva
na fruteira sob imensa mesa de jacarandá
gentil na postura e nos gestos suaves
mãos bailarinas dançando no meio da tarde
Só com suas reflexões na parte externa do Café Botânica
Mas fazendo-se perceber
por mim, D. Quixote
sem rocinante nem escudeiro
Apenas com uma lata de coca-cola na mão
Até aquietar-me em um banco tôsco
bem próximo dela, sem deserto para atravessar
nem ruas, nem avenidas para cruzar.
Senão perguntar de viés o que certamente queria ouvir
Daqueles lábios encantadores
E fixar aqueles olhos do mesmo tom do mar de Recife
Em dias de festas e de procissões.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Anjo - Carneiro


Painel em madeira, tinta acrílica
1.80x90

Borboleta